segunda-feira, 31 de março de 2008

Boa tarde!

Te ofereço essas rosas do meu jardim para perfumar tua segunda-feira

domingo, 30 de março de 2008

"Se eu soubesse rezar um verso
essa saudade não estaria doendo tanto
como a dor de não ser pássaro
para flutuar no azul."
(Alcinéa Cavalcante)

Nota triste

Morreu o Baleia. Meu amigo de infância. Fomos criados juntos, morando na mesma rua, correndo pelos quintais da vizinhança, brincando e algumas vezes brigando.
Há alguns anos, depois que ficou viúvo, Baleia mudou-se para outro bairro e passamos a nos ver muito pouco. A última vez que nos encontramos foi ano passado, um papo rápido, lembranças pro pessoal da rua e um até logo.
Hoje de manhã, enquanto admirava meu jardim, sua filha Janaína pára na frente da minha casa, me dá a notícia triste e pede que eu avise a vizinhança.
Ex-funcionário da Gráfica São José, Raimundo Pimentel sofreu uma parada cardíaca hoje por volta das 7h da manhã.
O corpo está sendo velado na capela Central Pax (avenida Mendonça Furtado) e será sepultado amanhã.
Ainda não sei se irei ao velório dele. Não gosto de ver um amigo dentro de caixão. O amigo ali parado, quieto, frio, sem sorrisos, sem olhares, sem voz... Não. Não quero ver meu amigo assim. E logo o Baleia que semana passada, nem sei por que, senti uma saudade danada dele.

Retrato da cidade

Canal da Mendonça Junior, imundo, fedorento, cheio de lixo, em pleno centro comercial de Macapá. Grande parte do lixo é jogada no canal pelos próprios lojistas. (Foto: Chico Terra)

Eu avisei

A gente fala, fala, fala e ninguém toma providência. Taí, a dengue chegou. Vários casos foram registrados nos últimos dias no Conjunto Cabralzinho.

Enquanto em muitas cidades, como Niterói e Campo Grande, a população e o poder público toamaram atitude contra a dengue - o que reduziu em mais de 90% o número de casos em relação ao ano passado - aqui em Macapá o povo continua "construindo" criadouros do mosquito e o poder público permanece de braços cruzados, talvez esperando que aconteça aqui o que está ocorrendo no Rio de Janeiro.
Bando de irresponsáveis!

sexta-feira, 28 de março de 2008

Boa noite!

Quem sabe?
David
Quem sou eu para saber
Se a mão fere a flor
Ou então se,
Ao se abrir,
Não fere a flor, com seu olor,
Ao ar?
(Mais poesias de David no blog pseudo-poemas)

Cadê os senadores do Amapá?

Cerca de 800 mil servidores federais, espalhados pelo país, vão ter seus salários reajustados em 120%.
A medida não atinge o funcionalismo federal que trabalha no Amapá.
E aí eu pergunto: cadê os senadores do Amapá?
Sarney, que dizia que com ele o Amapá ia ter força no Senado, nem mora aqui. Quando não está pressionando o governo atrás de cargo para seus afilhados maranhenses, dedica-se a processar jornalistas amapaenses. Entre uma pressão por cargo e uma ação contra jornalista vai saracotear no exterior.
Papaléo Paes gosta mais de usar a tribuna do Senado para falar de seu time do coração: o Paissandu, de Belém do Pará.
E Gilvan Borges só faz o que seu chefe Sarney manda.

Eu insisto

Afinal, os governos estadual e municipal não vão fazer absolutamente nada para impedir a explosão da dengue em Macapá?

Vão mesmo esperar que aconteça em Macapá o que está acontecendo no Rio de Janeiro para tomar providências?

O Amapá continua sendo roubado

Daqui se rouba tudo: ouro, urânio, cipó titica, madeiras e tudo que se pode imaginar.
Até o superintendente federal de Aqüicultura no Estado, Adelson Fernandes, sabe que carretas e mais carretas abarrotadas de pescado são embarcadas em balsas quase todas as noites em Macapá e Santana com destino ao Ceará, onde o peixe capturado clandestinamente nas águas amapaenses, é industrializado.

Para o amapaense sobra, no máximo, alguns pedaços de cabeça para um caldo.

Pérola azulada

Já aprendi voar dentro de você
Ancorar no espaço ao sentir cansaço
Osso da jornada
Já aprendi viver como vive nu
Um cacique arara cultivando aurora
Luz de sua tiara


Eu amo você terra minha amada
Minha oca meu iglu, minha casa
Eu amo você pérola azulada
conta no colar de Deus pendurada
A bênção minha mãe

Já aprendi nadar em seu mar azul
Adorar água, homem peixe, água
Fonte iluminada
Já aprendi a ser parte de você
Respeitar a vida em sua barriga
Quantos mais vão aprender
Eu amo você...
Terra, terra por mais distante o errante
Navegante quem jamais te esqueceria


Pérola azulada é uma composição de Zé Miguel e Joãozinho Gomes, que está no DVD de Zé Miguel, a ser lançado hoje na Choperia.

Agenda cultural

O cantor e compositor Zé Miguel - um dos melhores que o Amapá já produziu - faz show de lançamento do seu primeiro DVD hoje à noite, na Choperia da Lagoa, a partir das 23h.

E no velho Mercado Municipal, no Projeto "Mercado pra lá das seis" uma penca de bons músicos, entre eles Chico Terra e Elder Brandão, estará se apresentando a partir das 18h.

E amanhã tem o lançamento do livro "Tumucumaque", de Marco Chagas, às 19 horas na Livraria Transamazônica. Durante o lançamento haverá performances poéticas com a participação de Adriana Abreu e Andréia Silva.

Pra descontrair

Recebi por e-mail e compartilho com vocês:

Vc sabe que está vivendo em 2008 quando...
1. Você envia e-mail ou msn para conversar com a pessoa que trabalha na mesa ao lado da sua.


2. Você usa o celular na garagem de casa para pedir a alguém que o ajude a desembarcar as compras.

3. Esquecendo seu celular em casa, coisa que você não tinha há 20 anos, você fica apavorado e volta para buscá-lo.

4. Você levanta pela manhã e quase que liga o computador antes de tomar o café.

5. Você conhece o significado de naum, tbm, qdo, xau, msn, dps ...

6. Você não sabe o preço de um envelope comum;

7. A maioria das piadas que você conhece, você recebeu por e-mail (e ainda por cima ri sozinho...);

8. Você fala o nome da firma onde trabalha quando atende ao telefone em sua própria casa (ou até mesmo o celular !!);

Você digita o '0' para telefonar de sua casa;

10. Você vai ao trabalho quando o dia ainda está clareando, volta para casa quando já escureceu de novo;

11. Quando seu computador pára de funcionar, parece que foi seu coração que parou,

11. Você está lendo esta lista e está concordando com a cabeça e sorrindo.

12. Você está concordando tão interessado na leitura que nem reparou que a lista não tem o número 9.

13. Você retornou a lista para verificar se é verdade que falta o número 9 e nem viu que tem dois números 11.

14. E AGORA VOCÊ ESTÁ RINDO CONSIGO MESMO...

15. Você já está pensando para quem você vai enviar esta mensagem ..

16.Provavelmente agora você vai clicar no botão 'Encaminhar'... é a vida...fazer o quê... foi o que eu fiz também... Feliz modernidade.

Primeiro mosteiro do Amapá inaugura domingo

Inaugura no domingo, 30 , o primeiro o mosteiro do Estado do Amapá. A Missa Solene de benção do templo, presidida por Dom Pedro José Conti, ocorre às 16 horas, na capela do mosteiro dedicada à Santa Verônica Giuliani, fundadora da ordem das irmãs Clarissas Capuchinhas, e Francisco de Assis, fundador da ordem dos Frades Capuchinhos.
As irmãs Clarissas Capuchinhas chegaram ao Amapá em agosto de 2003, a convite do bispo Dom João Risatti, com o objetivo de fundar o mosteiro. Em dezembro do mesmo ano a pedra fundamental da obra foi lançada e abençoada por Dom Carlos Verzeletti, na época administrador apostólico da Diocese de Macapá.

A vocação das Irmãs Clarissas é voltada para a vida enclausurada e contemplativa, animadas pelo carisma de oração da fundadora da ordem Santa Verônica Giuliani. São sete orações diárias com a liturgia das horas realizadas em grupo, obedecendo fases do chamado de acordo com o grau de experiência religiosa.

Além das orações as irmãs Capuchinhas possuem outras atividades no mosteiro, como a produção de artesanato de imagens sacras, confecção de velas e a preparação de polpas das frutas que são cultivadas em um pomar, na área externa do mosteiro. Todos esses produtos são comercializados.

A beleza do lugar onde foi construído o mosteiro encanta, seja pelo capricho dos jardins, a água límpida do lago e a harmonia da casa de retiro, primeiro abrigo das irmãs. É um cenário perfeito para as Clarissas que precisam de silêncio para viver em oração e contemplação. A capela é uma verdadeira obra de arte, com pinturas do frei capuchinho Eldin, que se inspirou no crucifixo de Frei Damião e nos apóstolos de Jesus.

O mosteiro das irmãs Capuchinhas, o primeiro do Amapá, está localizado no km 9 da rodovia que liga as cidades de Macapá a Santana, com a entrada atrás do posto de gasolina. Para chegar ao mosteiro é só seguir as setas espalhadas ao longo da estrada. (Célia Souza e Oscar Filho, da Pastoral da Comunicação)

quinta-feira, 27 de março de 2008

Boa tarde!

"O que me preocupa não é o grito dos violentos.
É o silêncio dos bons."
(Martin Luther King)

Há um ano

Hoje completa exatamente um ano que a Polícia Federal desmontou uma quadrilha que desviou mais de R$ 20 milhões do SUS em Macapá. Para desbaratar a quadrilha, formada por secretários de Estado, grandes empresários, amigos de políticos, apadrinhados de Sarney e funcionários públicos, a PF deflagrou duas operações: a Antídoto I, no dia 22 de março de 2007; e a Antídoto II, no dia 27 de março de 2007
Entre uma operação e outra, no dia 24 de março de 2007, um delegado da Polícia Federal me indiciou porque um leitor disse na caixinha de comentários do meu blog que “o Sarney fede”.
Os quadrilheiros que afanaram os mais de R$ 20 milhões do SUS continuam livres, leves e soltos, desfilando lampeiros e pimpões em seus carrões nas ruas esburacadas de Macapá e rindo da nossa cara.
E eu fui condenada a pagamento de multas absurdas nas mais de vinte ações que Sarney moveu contra mim na tentativa de me calar. Como não pago, o valor das multas – acrescidos os juros – já está em dois milhões de reais e meu nome no Cadin.

Quem se preocupa com a dengue?

Nunca mais ouvi nem vi campanhas da Prefeitura de Macapá de combate ao mosquito da dengue.
Macapá está suja e esburacada e munícipes imundos jogam nas calçadas, quintais, praças e terrenos baldios todo o tipo de lixo, principalmente copos descartáveis, tampinhas e latas. E a cidade vai se transformando num gigantesco criadouro do mosquito.
Por aqui a explosão da dengue se dá geralmente a partir do mês de maio. Portanto, já está mais do que na hora dos governos estadual e municipal começarem a agir, deslanchando ações de prevenção. Ou será que eles vão esperar que aconteça em Macapá o que está acontecendo no Rio de Janeiro para fazer alguma coisa?
Por aí já estão chamando o aedes aegypti de aedes brasilis. Tomara que ele não vire aedes tucuju.

Hoje tem festa na blogosfera

Hoje tem a maior festança na blogosfera, com mesa farta, bonita e doce, para comemorar os três anos de um dos blogs mais lidos e comentados da região Norte: o Repiquete, da minha mana Alcilene Cavalcante Dias.
Tirado do ar em agosto de 2006 a mando do Sarney, o Repiquete voltou depois das eleições e ainda melhor e mais forte.
Alcilene é apaixonada pela blogosfera e diz que faz o Repiquete com muito prazer apesar da nossa sociedade ainda ter enormes dificuldades de expor posições e participar de discussões postas, aproveitando minimamente a interatividade on line permitida. Talvez pela excessiva politização político-partidária em nosso estado, especialista em colocar carimbos na testa, como se independente de diferenças políticas, não tivéssemos todos, muitos e maiores interesses comuns.”
Parabéns e vida longa ao Repiquete!

Blá-blá-blá

O deputado estadual Moisés abre o caderninho para mostrar que a região Norte é responsável por 75% da produção nacional de pescado e que a maioria sai da costa amapaense de forma clandestina.
Dados da Superintendência Federal da Agricultura no Amapá, mostram que o quilo do filé da pescada amarela, capturada na costa amapaense, é exportado para outras regiões ao preço de R$ 1,60, enquanto para o consumo interno, o quilo do mesmo peixe chega a custar R$ 8,00.

O Ministério Público Estadual lança amanha, às 8h no Centro Comunitário Cumaú, a cartilha “O Ministério Público e o Meio Ambiente”. Ainda lá o MP aproveita e faz a entrega botas, coletes, capas e bonés para os agentes ambientais comunitários.

Guiga Melo dirige a peça teatral “Via Sacra das Águas”, sábado no Igarapé da Fortaleza às 19 horas. A peça está inserida na programação da Semana da Árvore e Dia Mundial da Água.

Li na coluna do Paulão, no Jornal do Dia, que a deputada federal Dalva Figueiredo é candidatíssima a Prefeitura a Macapá.
Sobre a polêmica com o deputado estadual Joel Banha, Dalva disse ao jornalista que tudo será tratado dentro do partido, e não em discussão pela imprensa e garantiu ter maioria dentro do diretório municipal do PT de Macapá, do qual Joel é o presidente.
" Pode escrever aí que sou candidata e não abro mão", mandou. E o Paulão escreveu.

Quem já possui o benefício da meia-passagem em Macapá mas não fez o recadastramento terá o cartão de bilhetagem bloqueado a partir da próxima segunda-feira, 31. O aviso é do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setap). Confusão à vista.

Hoje, às 17 horas no Mister Grill, tem a premiação das vencedoras do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. O prêmio destaca as experiências empreendedoras de mulheres à frente de pequenos negócios no Amapá.

A frase do dia

"O jornalismo existe para mostrar ao poder que ele não é tão poderoso como pensa e aos poderosos que podem ficar impunes durante muito tempo, mas não serão impunes o tempo todo, mas às vezes é usado para outras coisas." (Correa Neto, jornalista)

terça-feira, 25 de março de 2008

A noite da poesia

Os poetas Eliakin Rufino, Carla Nobre, Herbert Emanuel, Manoel Bispo, Alcinéa Cavalcante, Moise Culture, Ricardo Pontes e Osvaldo Simões
O Teatro das Bacabeiras, o templo da cultura amapaense, ficou praticamento lotado nesta noite de poesia, quando a Prefeitura de Macapá, em parceria com o Abeporá das Palavras, promoveu um sarau em comemoração ao Dia da Poesia.

Vinte e dois poetas declamaram suas poesias para um público de cerca de seiscentas pessoas. Houve ainda apresentação dos músicos Enrico di Miceli, Beto Oscar e Moise Culture e hoemagem ao saudoso poeta e jornalista Alcy Araújo Cavalcante.
Foi uma noite de pura ternura, beleza e lirismo, encerrada com os poetas brincando de ciranda cantando a música "Poetas são crianças", de Eliakin Rufino e Enrico di Miceli.
Acabei de chegar do Teatro. Estou com a alma leve e o coração pleno de ternura.

Osvaldo Simões, Manoel Bispo e Alcinéa Cavalcante, no camarim

segunda-feira, 24 de março de 2008

Poetas no Teatro das Bacabeiras

"Minha poesia é cheia de imperfeições. Se eu fosse crítico, apontaria muitos defeitos. Não vou apontar. Deixo para os outros. Minha obra é pública." (Carlos Drummond)
Dezenove poetas amapaenses, um de Roraima e um da França e os músicos Beto Oscar, Enrico di Miceli e Nolson Luís estarão amanhã, 25, no palco do Teatro das Bacabeiras, num grande sarau poético promovido pela Prefeitura de Macapá, em parceria com o Abeporá das Palavras.
De Roraima veio Eliakin Rufino e da França veio Moise Culture que, além de poetas e escritores são também compositores e cantores. Moise já lançou cinco CDs e publicou três livros. É autor do livro “Zion – la foi de rastas” traduzido para vários idiomas.
Será uma noite de muito lirismo e ternura, com início marcado para às 19h.
Cada poeta terá três minutos para declamar, falar ou dizer uma poesia de sua autoria para uma platéia estimada em setecentas pessoas.
O evento será encerrado com uma grande homenagem ao poeta Alcy Araújo, quando todos – poetas e músicos – voltarão ao palco para declamar juntos “Minha poesia”, do livro Autogeografia, lançado em junho de 1965 pela Editora Rumo.
Olha só quais são os poetas que estarão amanhã no palco do Bacabeiras:
Afonso Rodrigues
Alci de Jesus
Alcinéa Cavalcante
Aroldo Pedrosa
Carla Batista
Carla Nobre
Erick Boaventura
Fernando Canto
Heluana Quintas
Herbert Emanuel
Joãozinho Gomes
José Pastana
Manoel Bispo
Osvaldo Simões
Ozéas Junior
Paulo Tarso
Ricardo Pontes
Rui Guilherme
Robelino Pessoa

A entrada é franca

Agenda

Na segunda-feira
vou quebrar o relógio
rasgar o livro de ponto
jogar fora o celular
e mandar o chefe à merda.
Na terça-feira
vou atar uma rede
e embalar meus sonhos.
Na quarta-feira
vou acender sorrisos
e regar esperanças.
Na quinta-feira
vou plantar borboletas azuis
e colher flores e estrelas.
A partir de sexta-feira
vou viver só de amor.
Amor pra vida inteira
e alguns anos mais.
(Alcinéa Cavalcante)

domingo, 23 de março de 2008

Pra você


Pode escolher à vontade. Se quiser, pode até levar os três. O importante é que leve junto a minha amizade, o meu carinho e o meu desejo de que seu Domingo de Páscoa seja doce, lindo e terno.

sábado, 22 de março de 2008

Fronteira amazônica à deriva

Do blog do jornalista Chico Bruno

"Enquanto a grande imprensa discute sobre sucessões municipais, medidas provisórias, CPIs, regresso da cafetina brasileira dos EUA, entrada de brasileiros na Espanha e outras coisas mais, os graves problemas que ocorrem nas fronteiras da Amazônia são ignorados pela mídia.
No dia 17 de março o jornal A Crítica, de Manaus, deu conta de uma operação conjunta do Exército com a Polícia Civil do Amazonas que descobriu, pela primeira vez na Planície Amazônica, vários pontos de plantação de coca e um laboratório de produção de cocaína. As plantações ficavam no lado brasileiro da fronteira com o Peru.
Militares e policiais destruíram as plantações encontradas com a ajuda de imagens de satélite. A área plantada foi calculada entre 2,5 hectares e está localizada a cerca de 150 quilômetros de Tabatinga, no Amazonas, na calha do Rio Javari.
No povoado peruano de Alerta, na fronteira com o Acre, o representante governamental Julio García Agapito, um dos principais combatentes do desmatamento da Amazônia, naquela região, foi assassinado após apreender um caminhão carregado de mogno extraído ilegalmente.
A ação demonstra que a corrida pela extração ilegal de mogno na região tem avançado e começa a fazer vítimas. O assassinato de Julio foi notícia no The New York Times, de 17 de março, em matéria assinada pelo jornalista Andrew Revkin. Por aqui apenas sites e blogs amazônicos noticiaram o fato. Fora da região, apenas o site “Política & Cia. Iltda” se ocupou do assunto.
Na fronteira do Amapá com a Guiana Francesa grassa a prostituição infantil, o tráfico de drogas, o contrabando e o garimpo ilegal.
Na semana passada, “dezoito brasileiros foram presos e apreendidos mais de sete quilos de ouro, um quilo de jóia, dois quilos de mercúrio e 20 mil euros na Operação Harpie, deflagrada pelo governo francês para acabar com os garimpos clandestinos na Guiana Francesa”, segundo a jornalista Alcinéa Cavalcante noticiou em seu blog.
Segundo o presidente Sarkozy a Operação Harpie só vai parar quando não restar mais nenhum garimpeiro explorando ilegalmente o ouro naquele departamento ultramar da França. Mais uma notícia veiculada apenas em sites e blogs da Amazônia.
Enquanto isso, o governo federal faz vista grossa para o caos existente na fronteira do Amapá com a Guiana Francesa.
Agora, surge uma informação da mais alta gravidade publicada nos blogs do Acre.
É que a construção da Estrada do Pacífico, que liga Brasil aquele oceano, através do Acre e Peru, está servindo apenas para fomentar e facilitar o acesso da cocaína ao nosso país.
- Não há fiscalização, aumentou a oferta de cocaína vendida nas ruas dos bairros de todas as cidades acreanas. A cidade [Rio Branco] está ficando famosa no país por possuir a cocaína mais "pura" e mais barata do que a encontrada nas grandes cidades. A região de fronteira do Acre com o Peru e a Bolívia, que está dominada pelo narcotráfico e a exploração ilegal de madeira, segue sendo tratada com cinismo pelo poder público, escreve Altino Machado em seu blog.
Até a Polícia Rodoviária Federal reconhece o problema.
Recentemente, o inspetor Alvino Silveira, da Polícia Rodoviária Federal, declarou ao jornal Página 20, de Rio Branco, que a Estrada do Pacífico permitiu o aumento da entrada de droga no Acre.Segundo Leonildo Rosas, em seu blog, a direção do jornal, aliada histórica do governo do Acre, foi chamada a atenção por assessores do governador Binho Marques, que a repreendeu “afirmando que o governo fez um grande esforço para integrar o Acre com o Peru e não aceitará que histórias sejam inventadas”.
Ao invés de adotar medidas para combater o tráfico de drogas, o governo do Acre quer esconder o problema embaixo do tapete. É deplorável.
Pois, tudo isso anda acontecendo nas fronteiras amazônicas e o governo brasileiro e a imprensa olham impassíveis.
Aliás, o olhar da imprensa sobre a Amazônia sempre foi torto."

Alô, alô, Prefeitura!

A Praça da Bandeira é uma ameaça a saúde pública
Com lixo, principalmente descartáveis, espalhados por todo o canto a principal praça de Macapá virou um criadouro gigante do mosquito da dengue.

E olha que no entorno da praça ficam o Palácio do Governo, o Ministério Público Estadual, a Procuradoria Geral do Estado, a Escola de Música e o Colégio Amapaense (o maior educandário do Amapá). E a uma quadra dali está a Prefeitura.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Vamos malhar!

De qual político você faria um boneco Judas para ser malhado o sábado inteirinho?

Blá-blá-blá

Se você souber os pontos em Macapá onde haverá malhação de Judas de político me avise que eu quero fotografar pra colocar aqui no blog. E também quero malhar.

Sarney blogueiro – E não é que o senador José Sarney aderiu à blogosfera? Pois é. Na eleição de 2006 – quando moveu mais de cem ações contra jornalistas dos Amapá – Sarney chamou os blogueiros de criminosos, de um bando de meliantes que formou uma rede (blogosfera) para cometer crimes usando a internet. E agora Sarney acaba de aderir ao bando lançando um blog.

Que negócio é esse? Como é que a Prefeitura descumpre a lei dando licença para vários bares e boates funcionarem até às 5 ou 6 horas da manhã? Aí não tem violência que acabe e não tem trabalho da força tarefa da segurança que apresente resultado positivo. O altíssimo índice de criminalidade e mortes no trânsito a partir das 4 horas da madrugada, levou o governo e o Ministério Público a montarem uma força tarefa para fazer valer a lei, que determina que bares, boates e similares não podem funcionar depois das 2h de domingo a quinta-feira, e depois das 4 horas na sexta e sábado. As estatísticas mostram que 90% dos crimes cometidos nas madrugadas de Macapá tem como fator desencadeante a ingestão de bebidas alcoólicas.

Lanche poético – Por iniciativa da poeta Carla Nobre (Abeporá) nos reunimos, cerca de 15 poetas, ontem à tarde na Sala da Imagem e do Som do Teatro das Bacabeiras para um lanche poético, com muita melancia, salgadinhos, biscoitos e rodada de poesia.

Eliakin Rufino, um dos mais talentosos poetas de Roraima, também participou do lanche poético. Depois deu uma passadinha na minha casa, colheu algumas mangas e admirou, do meu quintal, a Lua que prateava as folhas das minhas mangueiras. Foi embora prometendo voltar. Eliakin fica em Macapá até semana que vem. Na terça-feira ele participa do sarau de poesias no Teatro dos Bacabeiras. Vinte poetas – e eu estou entre eles – participam deste sarau, que vai começar às 19h. Depois dou os detalhes aqui no blog.

Visitei, recomendo e vou linkar o blog do Patrique Lima “Os meninos e o povo no poder”. O endereço é paposdejuventude.blogspot.com. Vai lá.

quinta-feira, 20 de março de 2008

É pra você


Colhi do meu jardim
para iluminar a
tua Quinta-Feira Santa

Quer?

Quer comer manga com farinha, batendo um papo gostoso e ouvindo o cantar dos passarinhos?
Então passa aqui em casa. A nossa mangueira está carregadinha.

Conto abril - Século XX

Alcy Araújo

É abril. Esta, a grande e universal verdade. Abril – Século XX, explico. Relembrando Judas, o que traiu, e Pilatos, o que lavou as mãos, e Pedro, o que negou. Abril trazendo até nós a lembrança de que numa sexta-feira do Mundo, crucificaram o Homem Bom. O que acreditava na remissão dos homens. O que andou sobre a poeira escaldante dos caminhos e sobre a leveza das espumas, conduzindo de público o gesto de bondade. O que não traiu. O que não foi indiferente. O que não negou. Eu sou a Verdade, disse. Capaz de todos os sofrimentos e de amar sobre todas as coisas. Sabia que amar é um modo de sofrer.
Numa sexta-feira do Mundo, o Homem Bom subiu a colina fora da cidade. Com o Homem, o Cirineu, as mulheres, os centuriões, a turba. Do alto da cruz elevou-se ao seu reino. César era de outro mundo. Ficaram a turba, os centuriões, as mulheres, o corineu.
Vinte séculos depois e trinta e três anos de exemplos, envergonhado e triste, diante do templo, da imagem, círios lacrimais, o poeta não tem coragem de pronunciar o seu santo nome.
Bastaria isso. Estariam salvas as almas migratórias, desencontradas, exodoidais que habitam as latitudes do poeta.
Sabeis. Muitos séculos viveu o poeta. Do Gênesis a abril do corrente século. Mais precisamente. Do Caos ao hoje. Por isso os sentimentos. A traumatização da palavra sagrada, disse, há pouco. Melhor direi inibição. Melhor ainda. Descoberta de velhos sentimentos, na contemplação das almas do poeta.
Constarei a descoberta. O poeta contemplava nesta hora do século os olhos de suas almas multiplicadas, fixos nos céus, por onde passam anjos, estrelas, música de rádio, imagens de TV. E o poeta, cheio de experiências bem vividas – Caos, Paraíso, Dilúvio, Sodoma, Babilônia, Cartago, Roma, Wall Street, etc. etc – se comoveu.
Suas almas, almas de poeta, todas, ali, sem faltar nenhuma, na muda contemplação do azul, do infinito, dos horizontes do Pai. Emotivo e feliz, o poeta chorou. O poeta chora como os anjos.
Seus olhos, então, alçaram vôo, enquanto a mão emocional acariciava os cabelos cor de lago da alma recém-nascida.
Era chegado o momento. Tudo consumado. Ao longe, imóvel, pairava o disco voador.
Perdoai, Senhor, elas não sabem o que fazem. É abril – século XX.
(Extraído do livro Autogeografia, lançado em Macapá em junho de 1965)

quarta-feira, 19 de março de 2008

Dia de São José - Padroeiro de Macapá

O feriadão em Macapá começa hoje por causa do dia de São José, padroeiro da cidade.

Que São José proteja, ilumine e abençoe todos que visitam este blog.

Aproveito para publicar aqui no blog um artigo do bispo de Macapá sobre o padroeiro.

São José servidor da vida
D. Pedro José Conti

Quando escolhemos esse lema para a festividade de São José, queríamos estar em sintonia com a Campanha da Fraternidade deste ano. Não foi muito difícil imaginar o homem justo de Nazaré trabalhando para cuidar da subsistência, da saúde e do bem estar da sua pequena família: Maria e o menino Jesus. Qual é mesmo a obrigação de um bom pai? Não deixar faltar nada à sua esposa e aos seus filhos. É o mínimo que um homem responsável deve fazer. Custe o que custar. Servir a vida é isso. Felizes os pais que podem orgulhar-se de não deixar faltar nada em casa. Mas, sem dúvida, há muitos pais que sofrem abertamente, ou às escondidas, no profundo do seu coração, por não ter algo de melhor a oferecer às suas famílias.


Penso nos pais desempregados, nos doentes, nos endividados, nos presos, nos ameaçados, em todos aqueles que perderam a esperança e deixaram de lutar. Homens entristecidos pela falta de oportunidades ou por ter jogado fora as poucas chances que a vida lhes deu.

Ainda hoje se cobra muito dos pais. No tempo de São José não tinha conta de energia ou de telefone para pagar. Televisão, som, computador, nem pensar. Também não sei se, naquela época, vendiam objetos a prestações, e se o pobre carpinteiro comprava fiado na cantina da aldeia para pagar quando tivesse condição; talvez em troca de uma mesa, de cadeiras ou de banquinhos. Provavelmente arranjar comida era a maior, e a pior, das preocupações de um pai de família. O menino Jesus deve ter visto muitas pessoas passar fome; pode ser que tenha até experimentado a falta do necessário.

Mas podemos estar equivocados sobre isso. Sempre pensamos que o necessário para a vida seja algo de bem material. Temos dificuldade de pensar a existência do dia-a-dia sem telenovelas, filmes e músicas. Sem nada para comprar. Imaginamos que, quando tudo isso não existia, não muitos anos atrás, devia ser um tédio terrível. O que as pessoas faziam ao entardecer, por exemplo? Basta perguntar a alguns dos nossos avós, para saber a resposta. Porém tomo como exemplo o que ficou marcado na minha memória.
Quando estive em Minas Gerais para o 11º Intereclesial das CEBs, levaram-nos para visitar uma penitenciária modelo. Havia 300 homens em celas individuais e quase todos trabalhando. Era a chamada terapia ocupacional. No entanto, o que me surpreendeu foi quando nos disseram que os filhos, crianças e adolescentes, meninos, que visitavam os pais presos, podiam passar o fim de semana com eles. De acordo com a Direção, essa permanência era permitida. O que devia interessar a uma criança da vida do presídio? Não devia ser assustadora uma penitenciária para um adolescente?

Poderíamos responder: é uma forma de o jovem entender que, apesar da novidade, não é bom ficar preso, e que ele precisava tomar cuidado para não cair ali dentro. O mesmo, talvez, o próprio pai repetia ao filho, implorando que ele fosse obediente, que estudasse, que não ficasse à toa, para nunca ser preso. Mas pode ser que a visita servisse, também, para os filhos conhecerem melhor os seus pais e descobrir que, apesar dos erros cometidos na vida, ainda sabiam acolher, divertir e brincar.

Nada mais humano e simples que um pai contando histórias e casos para o seu filho, encantando a criança, para que saísse de lá orgulhosa do seu pai, capaz de amá-lo. Não pelo dinheiro que, aliás não tinha; nem pelas promessas, porém simplesmente por ele existir e dormir ao seu lado em uma cela fria e anônima; sem medo e sem sustos. Porque é bom ter alguém ao nosso lado que nos ama, defende-nos e caminha conosco. Alguém com muitos defeitos, mas em carne e osso. Não uma máquina ou um aparelho eletrônico.

Dizendo com outras palavras, José não ensinou muito bem a Jesus a ser obediente, porque acabou preso e morreu na cruz. Todavia ensinou-lhe, com certeza, a ser coerente com a verdade, com o bem e com a própria consciência. Livre por amor! Pronto a morrer pelos outros. Servidor da vida, da verdadeira vida. Aquela que se ganha quando se perde. Aquela que somente se ganha doando-a. Isso Jesus aprendeu muito bem com José e com o seu Pai verdadeiro, o Bom Deus.

terça-feira, 18 de março de 2008

Na Guiana

Dezoito pessoas foram presas e apreendidos mais de sete quilos de ouro, um quilo de jóia, dois quilos de mercúrio e 20 mil euros na Operação Harpie, deflagrada pelo governo francês para acabar com os garimpos clandestinos na Guiana Francesa - que faz fronteira com o Amapá.
E a Operação continua. Só vai parar quando não restar mais nenhum garimpeiro explorando ilegalmente o ouro naquele departamento ultra-mar da França.

Muito preocupante

Mais uma macaco morreu esta semana no Parque Zoobotânico de Macapá.
Este já é o quarto em um mês.
A situação é muito preocupante pois o Parque fica a menos de dez minutos da área urbana de Macapá.
As autoridades não confirmam se tratar de febre amarela, pois aguardam resultados de exames que são feitos no Instituto Evandro Chagas em Belém.

Bom dia!

“A mão que escreve este poema
não sabe o que está escrevendo
mas é possível que se soubesse nem ligasse”
(Drummond)

Político promete cada coisa...

1992
O calor estava de rachar. A sede do Trem Desportivo Clube, onde era feita a apuração (ainda manualmente) parecia o mármore do inferno, de tão quente que estava. Ali não havia nem ventiladores e muito menos aparelhos de ar condicionado.
Todo mundo se abanava e reclamava do calor, inclusive o juiz eleitoral Rommel Araújo.
Eis que o vereador e candidato à reeleição Zeca Deabo (sempre ele) se aproxima do juiz e faz uma promessa:
- Doutor Rommel, se eu me reeleger, eu prometo construir um Apuródromo porque eu não acho justo a Justiça Eleitoral desenvolver seu trabalho num lugar tão desconfortável e quente como este.

Blog Legal


O blog Repiquete, da mana Alcilene Cavalcante, ganhou o selo de "Blogs legais" do Uol e eu fico cheia de orgulho.
Parabéns, mana!
Aliás, o Repiquete tá bombando com a seção "Marejando meu olhar". Vai lá conferir.
Só pra lembrar: em agosto de 2006 o Repiquete foi tirado do ar a mando do Sarney e só voltou depois das eleições.

Sai pra lá, mentiroso!

CHEGAAAAAAAAAA DE MENTIRA!!!!
É a faixa que minha amiga jornalista Sândala Barros está mandando fazer pra pendurar na fachada da sua casa, durante a campanha eleitoral.

Messiânicos

Os messiânicos do Amapá recebem hoje a visita do reverendo Mitsuaki Manabe, supervisor da Área Norte/Nordeste.
Às 19h, reverendo Manabe oficia um culto de outorga e logo em seguida faz palestra para membros e frequentadores da Igreja Messiânica, no Johrei Center Macapá (Av. Almirante Barroso, 894, entre as ruas Hamilton Silva e Manoel Eudóxio).

Confraria tucuju

Advogada Telma Duarte é a nova presidente da Confraria Tucuju. Com certeza vai arrumar aquela associação que estava mais para casa de inimigos do que para confraria.
Nos últimos anos a baixaria correu solta por lá. Era todo mundo xingando todo mundo, outros se acusando mutuamente da prática de rapinagem e até agressão física rolou por lá.

Me engana que eu gosto

Petezada volta a insistir que não houve mensalão. É tudo ficção.
Ora, pois.

Artigo

Trilha sonora de uma vida militante
*João Alberto Capiberibe

No começo, eu não ousava nem mesmo me aproximar, ficava de longe torcendo pelos que sempre levavam a pior e não se emendavam, ia e vinha, lá estavam eles a desafiar os "homens" da lei que jogavam seus cavalos pra cima de manifestantes a pé e desarmados, causando enormes estragos. O contra-ataque não demorou, as bolinhas de gude espalhadas no asfalto pelos estudantes provocavam tombos espetaculares, minando o moral da tropa repressora, ao mesmo tempo em que levantava a estrepitosa torcida que se aglomerava espremida nas calçadas, janelas e sacadas dos edifícios para aplaudir e jogar papel picado nos que ousavam desafiar a ditadura na Avenida Afonso Pena.

Era tempo de Travessia nas noites pré-1968 de Belo-Horizonte, os bares transbordavam de gente, a maioria, protagonistas dos acontecimentos do dia. Tudo era iminente, a ditadura parecia balançar, mais uma ou duas manifestações daquelas e pimba! Os militares voltariam aos quartéis. Relatos, seguidos de inflamados debates, sobre os rumos do movimento ganhavam a madrugada ao som de muita música popular brasileira, às vezes cantada, às vezes maltratada.

Os instrumentos, uma caixinha de fósforo, duas colheres e o tampo da mesa como atabaque e um coro de desafinados enchiam o ambiente carregado de fumaça de cigarro, às vezes de melancolia, outras de alegria e descontração. Lá pelas tantas todas as vozes se uniam e o bar inteiro cantava:

Quando você foi embora
Fez-se noite em meu viver
Forte eu sou, mas não tem jeito,
Hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha,
E nem é meu este lugar
Estou só e não resisto,
Muito tenho pra falar.
(Travessia - Milton Nascimento)

Nos dias seguintes, lá estava a linha melódica grudada nos labirintos da memória, ficava ali meses, às vezes anos, até que novos acontecimentos sacolejassem o ritmo de nossa vida política.

As agitações e turbulências de 1968 fizeram subir a escalada repressiva. No ano seguinte, a torcida foi minguando, desaparecendo das calçadas. Parou a chuva de papel picado das janelas e sacadas dos edifícios. Os "homens" deixaram os cavalos pastando, vinham para avenida protegidos e armados até os dentes, com bombas penduradas na cintura, escudo na mão direita e na esquerda um enorme cassetete. Seguiam o rastro de um animal metálico esquisito chamado Brucutu, que esguichava violentos jatos d´água, varrendo quem estivesse pela frente: manifestantes ou simples transeuntes.

Os que caiam iam sendo recolhidos a pauladas e pontapés até que adentrassem nos camburões que vinham na retaguarda. Marcão, nosso companheiro de república, viveu e nos relatou sua amarga experiência nas mãos dos "homens". Os ventos estavam mudando de direção.

Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou...
(Caetano Veloso)

Resistentes, brotavam do nada, vindos sabe Deus de onde, às centenas se aglomeravam em um ponto e hora que só eles sabiam, de repente alagavam a Afonso Pena e marchavam, sem lenço e sem documento, com as armas de sempre, faixas e cartazes com as frases: ABAIXO A DITADURA. O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO.

A temperatura política esquentara, à noite também, menos descontraída e mais tensa. A música de fundo, era outra, refletia ansiedade e rebeldia, um incontido desejo de liberdade:

É proibido proibir
Caetano Veloso

Me dê um beijo meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estantes, as estátuas
As vidraças, louças
Livros, sim...
E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir

A juventude ganhara as ruas nos quatro cantos do mundo, a chama da revolução se espalhara de Paris a Tóquio, de Praga a Washington. A disposição era enorme, reduzir tudo às cinzas para depois reconstruir uma sociedade que tivesse a cara e o tamanho da generosidade de seus protagonistas. Estava decretado o fim da desconfiança, da cobiça e da ambição, como dizia o poeta: O homem confiará no homem como o menino confia em outro menino. Não deu certo, restou a ressaca cívica que varou o tempo.

Brasil, março de 1968, a ditadura faz sua primeira vítima entre os estudantes, Edson Luís de Lima Souto, dezessete anos, é assassinado com um tiro no peito pela polícia durante uma manifestação contra o fechamento do restaurante Calabouço: "Mataram um estudante, podia ser seu filho". Esta frase ecoou de Norte a Sul do país causando inusitada indignação política, levando os estudantes a organizar grandes manifestações nas principais capitais brasileira, culminando com a passeata dos Cem Mil, que partiu da Cinelândia e terminou na Central do Brasil no Rio de Janeiro. A ditadura reagiu com intolerância, reprimindo com violência, prendendo e assassinando mais estudantes.

A essa altura, eu já não era apenas o simpatizante que olhava os acontecimentos à distância. Aos poucos fui abraçando aquela causa que não compreendia lá muito bem, porém já conseguia separar as coisas, de um lado os que tinham sede de justiça, do outro os opressores. O cerco ia se fechando, tudo era proibido, tudo era perigoso, mas não dava prá engolir, não dava prá ficar na praça dando milho aos pombos. Era preciso fazer alguma coisa, era preciso seguir a canção:

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz à hora
Não espera acontecer...
(Geraldo Vandré)

Foi a senha para a radicalização, se tudo era proibido, então o que fazer? Cruzar os braços? Desbundar? Como se dizia na época. Se engajar na luta armada? Que mais? Ah! Sim, mergulhar na meditação transcendental em uma comunidade alternativa.

Mesmo sem saber atirar, decido pela luta armada. Troco Minas pelo Pará, onde me dedico integralmente à militância. Vou ao Rio de Janeiro para um encontro com Carlos Marighella, líder da ALN (Ação de Libertação Nacional), na volta por Belo Horizonte, mais dois estudantes se integram a organização, Élson Martins e Tito Guimarães Filho, que de armas entendiam tanto quanto eu.

No meio desse turbilhão, em uma noite de Natal, depois da Missa do Galo, sentados em uma praça deserta, no meio do mundo, ouvindo a música, que se transformaria para sempre na trilha sonoro de nossas vidas:
Here, There and Everywhere (Aqui, aí e em todo o lugar) The Beatles To live a better life (Para viver uma vida melhor) I need my love to be here (Eu preciso que meu amor esteja aqui)

Eu e Janete selamos um pacto de amor e luta. Foi na Linha do Equador em Macapá, na virada da década de sessenta. De lá para cá, de mãos dadas, vivemos cada momento, compartilhamos cada emoção. Na mesma época, mais dois voluntários, colegas de sala de aulas, sem qualquer aptidão às armas, se incorporam a luta, Aldoni da Fonseca Araújo e Leonardo Gazel.

Nossas escolhas e desafios nos levaram a viver situações extremas, a primeira aconteceu lá atrás quando da nossa prisão ou foi seqüestro? No dia 7 de setembro de 1970.
A segunda, trinta e três anos depois, já na "democracia operária" do presidente Lula. Quando menos se esperava que pudesse acontecer, de repente aconteceu. Disso falaremos no final.

Dos porões da ditadura consigo escapar graças a um mutirão organizado por Janete entre nossos amigos de Belém. Antes de completar um ano de prisão, em uma noite quente do final de julho de 71, vestido de médico, deixo o hospital pela porta da frente, dando boa noite aos meus carcereiros.

Foram vinte e cinco dias pelo Rio Amazonas até Rondônia, de onde atravessamos para Bolívia pensando em pedir asilo político. Não levamos sorte, demos de cara com uma quartelada sangrenta.

Nessas andanças já éramos três, Artionka, que nascera quando estávamos na prisão, nos fazia companhia. Ficamos clandestinos em Cochabamba esperando acalmar a tempestade política. Fizemos amigos entre os índios Quechuas e Aymaras, com quem aprendemos sobre sua cultura e provamos sua bebida milenar, a ticha, nos deixamos levar pelos sons das Quenas e Charangos:

El Cóndor pasa
Ó majestoso Condor dos Andes,
leva-me ao meu lar, nos Andes, Ó Condor.
Quero voltar à minha terra querida e viver com meus irmãos Incas,
que é o que mais anseio Ó Condor.
Em Cusco, na praça principal, espera-me,
para passearmos em Máchu Pícchu e Huayna Picchu
(Daniel Alomia Robles/Julio de La Paz)

Foram três meses de espera para, em um lance perigoso, conseguirmos cruzar a fronteira e chegar ao Peru, depois no Chile de Salvador Allende onde recebemos asilo político e também, para completar nossa felicidade, ganhamos a companhia dos gêmeos Camilo e Luciana e da música de Violeta Parra.

Gracias a la vida
Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me há dado la risa y me há dado el llanto.
Asy yo distingo dicha de quebranto,
Los dos materiales que formam mi canto,
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos, que es mi próprio canto.
Gracias a la vida que me há dado tanto.
(Violeta Parra)

A experiência chilena de construção do socialismo pela via democrática termina em tragédia, com milhares de mortos e desaparecidos, incluindo o assassinato do presidente Allende, eleito pelo voto popular.

Após quatro meses vivendo em campo de refugiado das Nações Unidas, com passaportes da Cruz Vermelha Internacional deixamos Santiago com destino a Toronto no Canadá. Uma semana depois já estávamos em Quebec, onde permanecemos por quatro anos, estudando e convivendo com a cultura política e a música que marcou a chamada revolução tranqüila:

Mon Pays
Gilles Vigneault
Mon pays ce n'est pas un pays, c'est l'hiver
Mon jardin ce n'est pas un jardin, c'est la plaine
Mon chemin ce n'est pas un chemin, c'est la neige
Mon pays ce n'est pas un pays, c'est l'hiver

No comecinho de 1978 cruzamos o Atlântico com destino a Moçambique. Lá íamos nós, contribuir na reconstrução de um país arrasado por uma longa guerra colonial. Às vezes me surpreendia imaginando o Brasil de 1825, três anos após a independência, e era bem isso, chegamos a Moçambique três anos depois de sua libertação do domínio colonial português. Uma experiência e tanto.

Foram dois anos de trabalho e aprendizado, e também, de uma enorme expectativa com a volta ao Brasil. Havíamos iniciado a contagem regressiva. Em agosto de 1979 foi aprovada a lei da anistia. Aproximava-se o fim do longo exílio. Na bagagem trouxemos os discos de um angolano, em suas músicas, o semba, precursor do nosso samba, e na sua voz dava pra sentir a alma, os sentimentos e a dor da mãe África:

Mona Ki Ngi Xica
Composição e interprete: Bonga
Eu estou em perigo de morrer,
E eu já te tenho avisado disso.
Ela estará aqui e eu partirei.
Esta minha criança, as pessoas más vão depois dela.
Esta minha criança, numa maré de infortúnio.
Deus deu-me esta descendência, trazida no mundo.
E ela ficará aqui, quando eu partir.

Vivíamos em Maputo, no terceiro andar de um prédio de apartamentos, situado na Av. Friedrich Engels, com vista para a Baía de Moçambique no Oceano Índico. Naquele dia, antes de estacionar o carro, vi Janete na janela, acenando e pulando com uma fita cassete na mão:

- Corre! Corre! Chegou a música da Elis, fala do Betinho, fala da volta. É a música da nossa volta ao Brasil.

Subi as escadas voando, à tarde não fui trabalhar, ficamos horas ouvindo a música cantada pela Elis, sonhando com a volta. Daí em diante não se falou em outra coisa até o dia do embarque.

O Bêbado e a Equilibrista
Intérpret: Elis Regina, Composição: João Bosco e Aldir Blanc
Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos
A lua tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria um brilho de a...lu...guel
E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas, que sufoco louco
O bêbado com chapéu coco fazia irreverências mil
Prá noite do Bra...sil, meu Brasil
Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu num rabo de foguete

O romantismo da volta começou a se desfazer já na chegada, no aeroporto do Rio de Janeiro. Fomos os primeiros a desembarcar, apartados e conduzidos para uma sala da Polícia Federal. Nos apresentaram um questionário quilométrico, queriam saber tudo sobre os últimos dez anos, um de prisão e nove de exilio. Nosso filhos, a mais velha com nove anos, os gêmeos nascidos no Chile com sete, percebendo a situação, resolveram encurtar nosso diálogo com os"homens". Aprontaram tanto que eles logo mudaram de idéia e transferiram a conversa para outra ocasião.

Sem problema, o importante era que estávamos de volta, sem grandes ilusões. Logo na chegada percebemos que havia um longo caminho a ser feito rumo à democracia. Opa! Alto lá. Ainda há muito que caminhar, não passou, mais vai passar, basta a gente resistir e continuar.

Ah! Sim, ia esquecendo. Foi no final de abril de 2004, que o presente encostou no passado. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decide rever uma decisão do TRE/AP e nos reservar um "lugar na história das eleições do país", como primeiro senador cassado, acolhendo a acusação de nossos adversários da compra de dois votos, por vinte e seis reais. Janete também teve seu mandato de deputada federal cassado pelo mesmo tribunal, um ano depois retornou à Câmara nos braços do povo do Amapá com uma votação histórica.


Vai Passar
Chico Buarque e Francis Hime
Num tempo página infeliz da nossa história,
passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia a nossa pátria mãe tão distraída
sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Seus filhos erravam cegos pelo continente,
levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval,
o carnaval, o carnaval

*João Alberto Capiberibe, ex-prefeito de Macapá, ex-governador e senador do Amapá, é vice-presidente nacional do PSB

Notícia velha

Só hoje a imprensa do Amapá noticia o sumiço do universitário argentino Joaquín Menéndez, 21 anos, que foi visto pela última vez em agosto do ano passado em Oiapoque (AP), na fronteira com a Guiana Francesa.
Os leitores deste blog tomaram conhecimento do caso no dia 6 de março.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Boa noite!

Um momento
Orlando Borralho Junior

Se tivesse um
piano e
Soubesse tocar

tocaria músicas suaves,
para inebriar a alma.
Se soubesse escrever,
escreveria a vida como Neruda e
Amado escreveram.
Se soubesse plantar,
cultivaria flores,
para embelezar até os lares mais
cálidos com sua beleza e
seu aroma.
Se soubesse falar,
falaria de coisa bonitas
e contaria causos pitorescos que alegrariam
as crianças, os jovens os adultos e
os idosos.
Não falaria de tristeza,
e sim de alegria;
não falaria de desamor,
falaria de amor,pois é o
que mais carece o homem;
falaria de vida e não de morte,
pois a vida celebra a morte e,
fundidas fazem a vida.

(Orlando Borralho Junior é poeta, professor, formado em filosofia, diretor de escola e ministro da Igreja Messiânica no Amapá. Ele anuncia para breve o lançamento de seu primeiro livro de poesias)

sexta-feira, 14 de março de 2008

Bom dia!

Na paisagem rasa
o Sol parecia
uma enorme lágrima dos homens.
(Ivo Torres)

Aviso!

Atenção, pré-candidatos a prefeito e a vereador!
É melhor reforçar logo o estoque de timbó, pois a trairagem vai ser muito grande este ano.

Dá o fora!

Um amigo meu está mandando fazer uma faixa imensa pra pendurar na frente da casa dele, com uma única palavra:
SUMAM!
Não quer nenhum político batendo na sua porta.

É Lucas Barreto

É prego batido e ponta virada a coligação PTB, PSDB e DEM nas eleições municipais deste ano. Ex-deputado Lucas Barreto (PTB) encabeça a chapa na disputa pela Prefeitura de Macapá, tendo como vice o deputado federal Davi Alcolumbre (DEM).
Fechada esta coligação, dificilmente o deputado estadual Roberto Góes (PDT) terá o apoio do presidente da Assembléia Legislativa, o tucano Jorge Amanajás – que já pensava em bater asas do ninho para não apoiar Davi.
Homem que prega a gratidão, Amanajás não esquece que se tornou presidente da Assembléia por graça e obra de Lucas Barreto.

Não perde tempo

Ex-deputado e professor universitário Randolfe Rodrigues (PSOL) não perde tempo. Aproveita os intervalos, entre uma aula e outra, para visitar amigos avisando que é sim candidato a prefeito e com total apoio de Heloísa Helena.
Tem conversado também com lideranças de vários partidos como o PSB, PPS e PV.
É um nome forte.

Será?

Há quem aposte que com tanto café no bule a deputada federal Dalva Figueiredo (PDT) vai convencer o governador Waldez Góes (PDT) a dar uma rasteira no primo Roberto Góes e apoiá-la na disputa pela Prefeitura de Macapá.
Também por isso já andam falando que o café do bule da Dalvinha “tá curado”.

Mais um

Ex-deputado federal Benedito Dias – aquele citado no esquema sanguessuga – pode ser o candidato do PP a prefeito de Macapá.
Mas a pretensão de Bené não é vista com simpatia pelo mano vice-governador Pedro Paulo Dias, que é candidato ao governo em 2010.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Boa tarde!

"Chove lá fora. A minha alma se enche de tristezas ao ver as crianças olhando a rua através das vidraças molhadas, loucas por soltarem um barquinho de papel. Sofro com a prisão que a chuva cria para as crianças e para os pássaros que ficam sem voar. A chuva me enche de saudades das coisas que nunca possuí na minha infância, me enche de ausências das coisas que não nasceram, me faz pensar em sóis que não me aquecem". (Alcy Araújo)

Julio Kuenzo não está preso

Acabei de falar, por telefone, com o ex-superintendente da Infraero-AP, Julio Kuenzo - que está em Belém. Portanto, Kuenzo não está preso e nem esteve.
Kuenzo me disse que um de seus ex-auxiliares, suspostamente envolvido no caso de "venda" de terrenos pertencentes à Infraero, foi levado à Polícia Federal estes dias para prestar depoimento, daí ter surgido o boato que quem estaria era ele.
"Quando soube que esse funcionário estava na Polícia Federal imaginei logo que iam noticiar que era eu", falou sem mostrar qualquer rancor. Kuenzo - que já atuou na imprensa - disse compreender que algumas vezes as "fontes" cometem equívocos e acabam levando o jornalista a cometê-los também.
Júlio Kuenzo foi superintendente da Infraero no Amapá durante nove anos. Recentemente foi transferido para a Infraero no Pará.
Quanto ao caso dos terrenos da Infraero que teriam sido vendidos ilegalmente para políticos e grandes empresários, Kuenzo reafirmou que foi ele quem pediu a sindicância para apurar o caso.

quarta-feira, 12 de março de 2008

ALERTA!

Mais um macaco morreu no Parque Zoobotânico de Macapá.
Este já é o terceiro nos últimos quinze dias.
O secretário municipal de saúde, Emanuel Bentes, informou que todas as pessoas que moram no entorno do parque estão sendo vacinadas contra a febre amarela, embora ainda não se saiba a causa das mortes dos símios.
O resultado dos exames - que são feitos em Belém no Instituto Evandro Chagas - só saem dentro de 30 dias.

Bom dia!

"Mas o que vou dizer da Poesia? O que vou dizer destas nuvens, deste céu?
Olhar, olhar, olhá-las, olhá-lo, e nada mais. Compreenderás que um poeta não pode dizer nada da poesia. Isso fica para os críticos e professores. Mas nem tu, nem eu,
nem poeta algum sabemos o que é a poesia. "
(Garcia Lorca)

Batendo asas

Que ninguém se espante se de repente o presidente da Assembléia Legislativa do Amapá, Jorge Amanajás, bater asas do ninho tucano.
O PSDB vai coligar com o DEM, que tem candidato a prefeito o deputado federal Davi Alcolumbre.
Jorge Amanajás apóia seu colega deputado estadual Roberto Góes, do PDT - que é o candidato do governador Waldez Góes, que, por sua vez, deverá apoiar Jorge Amanajás para o governo em 2010.

Foca faz cada pergunta...

Jornalista: O senhor vai ser candidato nas próximas eleições?
Zé Dirceu: Não sei se você sabe que eu estou inelegível.

Ontem na coletiva que o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, concedeu aos jornalistas amapaenses no Macapá Hotel.

Xô, censura!

Tá na Folha de S.Paulo:
"OEA cobra Brasil sobre ameaças à imprensa
Sérgio Dávila, de Washington


A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos questionou ontem o governo brasileiro sobre a situação da liberdade de expressão no país. Preocuparam especialmente os quatro membros da CIDH medidas cautelares impetradas por juízes contra jornalistas que poderiam caracterizar censura prévia, proibida pela Corte Interamericana.
A comissão da OEA, cuja função é promover a observância e defesa dos direitos humanos, perguntou ainda às autoridades presentes ontem na sede da entidade, em Washington, sobre que medidas o país está tomando para erradicar restrições indevidas à liberdade de expressão. A CIDH se manifestou após ouvir, junto de três representantes do governo, denúncias sobre esse tipo de restrição feitas por três organizações não-governamentais.
Entre os problemas citados pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil) e a Article 19, uma ONG de ação global pela liberdade de expressão, estão o uso abusivo de ações de danos morais decorrentes de declarações alegadamente difamatórias por políticos e oficiais de governo e o alto número de ações de difamação propostas por membros de grupos contra jornalistas e empresas de comunicação." (Leia mais)

Semana da Poesia

Encontro de Mestres

Edelton Santos

Veio a convocação
para encontro mundial
enfrentou até avião
pela arte equatorial.
Não foi questão de sorte
vem da linhagem ascestral
levou pra Limoeiro do Norte
nosso orgulho cultural.
Foi no Ceará
que os mestres aplaudiram de pé
o Marabaixo do Amapá
ao comando de dona Zezé.
A família traz a lembrança
faz a saudade apertar
o Marabaixo é a herança
que vamos continuar.
Vem de uma grande cultura
de nossa mãe africana
todo povo se mistura
numa só voz que clama.
O poeta Edelton Santos é ministro da Igreja Messiânica no Amapá. A poesia acima é uma homenagem a Maria José Libório, uma das pessoas que mais luta pela preservação e valorização do Marabaixo. Zezé Libório para onde viaja leva na bagagem sua caixa de marabaixo.

SERENATA
Saramar

Misturam-se as palavras,
imaginando-se em pautas
sem perceber que
este ruído noturno
que as faz trocar os pés,
perdendo a tônica e o sentido
não é, senão
a noite longa a olhar o escuro,
a nota triste da solidão.
A blogueira e poeta Saramar se define como apenas uma mulher tentando escrever sentimento, emoções e algumas dores. Outros belíssimos poemas de Saramar aqui

Esperança
Obdias Araújo
Um dia as lágrimas correrão
em direção ao mar
Ela virá
navegando sorrisos
Não direi nada
A voz do meu silêncio dirá
: Bem-Vinda!
Então
o poema se fará verbo
e estará entre nós.
Músico e poeta, o amapaense Obdias Araújo tem vários livros publicados. Atualmente dedica-se a ensinar música para crianças carentes

Exploração sexual

Mineradoras contribuem para aumentar exploração sexual no Amapá
Leandro Martins, da Rádio Nacional da Amazônia

Brasília - A instalação de empresas mineradoras em pequenas cidades no Amapá contribuiu para o crescimento da exploração sexual de crianças e adolescentes. É o que denuncia Carla Góes, coordenadora estadual do Programa Sentinela, que atende vítimas de abuso sexual. No estado, o município que apresenta índices mais elevados de exploração é Pedra Branca do Amapari, a cerca de 200 quilômetros de Macapá, que tem 7,3 mil habitantes. O motivo, segundo a coordenadora, é a instalação das mineradoras que chegaram ao local em 2006 levando cerca de 2 mil trabalhadores de outras cidades e estados. Além disso, muitos dos homens não levaram suas famílias.
"Chegou a um ponto em que as adolescentes vão nos alojamentos, pousadas e hotéis oferecer 'os serviços' para os trabalhadores dessas empresas, principalmente nos dias de pagamento", afirma Carla. Como o município é pobre, as meninas são incentivadas pelos próprios familiares a conseguir dinheiro para ajudar em casa.
Segundo Carla, a exploração já "chegou a um ponto tão crítico" que os próprios pais das jovens, e principalmente as mães, "agenciam" as filhas. O objetivo é conseguir dinheiro para contribuir financeiramente para o sustento da família.


Outro foco de exploração sexual de jovens no estado é Oiapoque, localizado na fronteira com a Guiana Francesa.De acordo com a presidente do Conselho Tutelar da cidade, Carmem Lúcia Saldanha, a maioria das meninas vem de outros lugares. "Muitas das vezes, elas não são só de Oiapoque. Vêm de Belém, com documento de identidade falso, dizendo que são maiores de idade, enganando seus pais dizendo que vão estudar, trabalhar em casa de família, isso já aconteceu", afirma a presidente.
Ao contrário do que acontece em Pedra Branca do Amapari, onde as meninas são exploradas para o sustento da família, em Oiapoque, afirma Carmem Lúcia, o objetivo é satisfazer necessidades de consumo, como comprar telefones celulares e roupas de marca. Ela lembra que o dinheiro dos turistas da Guiana é o euro - que vale cerca de três vezes mais que o real.
Carmem Lúcia garante que o Conselho Tutelar apura denúncias, mas alega que é difícil ocorrer um flagrante.
Essa situação está chamando a atenção de prefeitos e de entidades que lidam com menores. Segundo a prefeita de Serra do Navio, Francimar Santos, a chegada de tantos homens sem família modificou a realidade do município."A maior parte dos homens, quando chega, procura bares, procura salões de festa e mulheres. E também há mulheres de fora chegando em nosso município. E há a questão da gravidez precoce crescendo em nosso município. Na maioria das vezes, eles engravidam nossas meninas e vão embora", lamenta Francimar.
Além do aumento da prostituição e da exploração sexual de meninas, a prefeita reclama que o aumento repentino da população trouxe mais prejuízos do que compensações. Segundo Francimar, há muito mais lixo na cidade, e já falta energia elétrica e água tratada para atender a todos.
As escolas estão lotadas de crianças e os agentes de saúde não conseguem atender a tantos doentes.


O gerente de Saúde, Meio Ambiente e Comunidade da Mineração Pedra Branca do Amapari (MPBA), Claudinei Mariano Alves, afirma que a empresa não tem conhecimento desse fato. Claudinei acrescenta que, nos últimos dois anos, a mineradora reduziu o número de empregados e de prestadores de serviço.
A empresa, no entanto, de acordo com ele, não descarta ações solidárias se for responsabilizada por problemas na comunidade. "A empresa busca sempre se colocar junto às comunidades de interferência, no caso de Pedra Branca do Amapari e de Serra do Navio, para estabelecer parcerias no controle de problemas sociais diversos, porém esse não nos foi levantado", explica.
Segundo o gerente, a MPBA emprega atualmente 361 empregados diretos e 115 prestadores de serviço.

terça-feira, 11 de março de 2008

Boa noite!

"Não sou alegre nem triste: sou poeta."
(Cecília Meireles)

segunda-feira, 10 de março de 2008

Bom dia!

“Qual seria o anel do poeta,
se o poeta fosse doutor?
- Uma saudade brilhando
na cravação de uma dor”
(Catulo da Paixão)

Semana da Poesia no blog

Se alguém te perguntar o quiseste dizer com um poema, pergunta-lhe o que Deus
quis dizer com este mundo... (Mario Quintana)

Sexta-feira, 14, é o Dia Nacional da Poesia e este blog faz a Semana da Poesia.
E vamos abrir a semana com poemas de Alcy Araújo Cavalcante, Eliude Viana e Ricardo Rayol.

MINHA POESIA
Alcy Araújo Cavalcante


A minha poesia, senhor, é a poesia desmembrada
dos homens que olharam o mundo
pela primeira vez;
dos homens que ouviram o rumor do mundo
pela primeira vez.
É a poesia das mãos sem trato
na ânsia do progresso.
Ídolos, crenças, tabus, por que?
Se os homens choram suor
na construção do mundo
e bocas se comprimem em massa
clamando pelo pão?
A minha poesia tem o ritmo gritante
da sinfonia dos porões e dos guindastes,
do grito do estivador vitimado
sob a lingada que se desprendeu,
do desespero sem nome
da prostituta pobre e mãe,
do suor meloso da gafieira
do meu bairro sem bangalôs
onde todo mundo diz nomes feios,
bebe cachaça, briga e ama
sem fiscal de salão.
- Já viu, senhor, os peitos amolecidos
da empregada da fábrica
que gosta do soldado da polícia?
Pois aqueles seios amamentaram
a caboclinha suja e descalça
que vai com a cuia de açaí
no meio da rua poeirenta.
Cuidado, senhor, para o seu automóvel
não atropelar a menina!...

Poeta, jornalista e escritor Alcy Araújo Cavalcante, meu pai, nasceu em Peixe-Boi, no Pará, no dia 7 de janeiro de 1924 e faleceu em Macapá em 22 de abril de 1989. Publicou vários livros de poesia e crônicas e figura em importantes antologias e enciclopédias brasileiras e estrangeiras.

FAXINANDO
Eliude Viana

Bati às portas do peito
Afastei as cortinas do coração
Fiz psiu...
Ninguém apareceu.
Olhei na saleta da saudade
Arredei os sofás dos cantos da alma
Nem rastros ... Nem marcas...
Vasculhei-me inteira!
Onde será que eu te deixei...?
Professora e poeta Eliude Viana nasceu no Pará, mas aos quinze anos de idade veio para o Amapá. Tem várias obras publicadas. É um dos mais importantes nomes da nova geração de poetas amapaenses

Com-partilha
Ricardo Rayol

Por um dia,
serei rei,
e do trono,
monarca sábio,
serei justo.
Neste dia,
meus ouvidos abertos,
acolherão os lamentos,
as súplicas.
Teu pedido será ordem,
a coroa será tua,
teus passos, os meus.
Seremos unos na fé,
na batalha, na dor.
Por um dia.
Blogueiro dos mais conhecidos, Ricardo Rayol é um indignado de carteirinha, um bom contador de histórias e um grande poeta. A indignação de Rayol você lê no blog Indignatus. Para se encantar com a poesia dele o blog é A cor da letra

Na Praça da Poesia

Poeta e jornalista Paulo Ronaldo Almeida homenageado pela Prefeitura de Macapá na Praça da Poesia

domingo, 9 de março de 2008

Em grande estilo

Sindicato dos Jornalistas Profissionais Profissionais do Amapá ofereceu um requintado coquetel às mulheres jornalistas ontem, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

A festa - na nova sede do Sindjor - varou a madrugada. E as jornalistas não pouparam elogios ao presidente Volney Oliveira e aos colegas Carlos Lobato e Osvaldo Simões, que organizaram tudo com muito carinho.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Brilhando...

Um par de algemas já foi polido no capricho e a qualquer hora deve ser usado nos pulsos de um figurão que, dizem, andou distribuindo terras da União por aí.
Até sirene das ambulâncias do Samu faz a figurar arregalar seus olhinhos apertados e correr pra debaixo da cama.

Garimpo - 3 mortos e 2 desaparecidos

O diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral no Amapá, Celso Marques Junior, confirmou agora há pouco que três pessoas morreram soterradas hoje no garimpo de Lourenço e duas estão desaparecidas.
A mina, de acordo com Marques Junior, estava interditada desde setembro do ano passado, mas os garimpeiros não obedeciam a proibição e conseguiam entrar na área, explorando clandestinamente o ouro. O DNPM espera que agora, com o apoio do Exército, possa lacrar definitivamente a mina.
Sem estrutura, o DNPM-AP pediu ajuda às mineradoras MMX e MPBA. As duas mineradores forneceram aeronaves para que dois engenheiros de minas e técnicos do DNPM se deslocassem para a área, mas, por causa das fortes chuvas as equipes ainda não chegaram no Lourenço. Estão no munícipio de Pedra Branca de onde, só amanhã, seguirão para o garimpo se as condições meteorológicas forem favoráveis.
Sem avião, o Corpo de Bombeiros Militar mandou, via terrestre, três oficiais e uma guarnição de dez soldados, que também ainda não chegaram na área.

Morte no garimpo

Confirmado: a queda de uma barragem hoje no garimpo do Lourenço, no município de Calçoene (Amapá), matou 3 garimpeiros e outros estão desaparecidos.
No momento do acidente 45 homens estavam no garimpo. Não se tem notícia dos outros 42, mas não está descartada a hipótese de que estejam soterrados.
O garimpo pertencia à Mineração Novo Astro que há cerca de dez anos abandonou a área.
Helicópteros da MMX, equipes da Mineradora Pedra Branca e do Exército estão se deslocando para a área a fim de fazer o resgate das vítimas.
Desde que a Mineração Novo Astro deixou a área mais de dez garimpeiros já morreram soterrados naquele garimpo.
A mina, em questão, deveria estar desativada e lacrada.
Mais detalhes daqui a pouco

Mais um líder das Farc é morto

O Exército colombiano anunciou agora há pouco que o número três das Farc, Iván Ríos, foi morto em combates a 400 quilômetros de Bogotá.
Há menos de uma semana Raul Reys, o número dois da facção, foi morto em território equatoriano.

EXTRA!

Informações extra-oficiais dão conta que caiu um barranco no garimpo de Lourenço e que há garimpeiros soterrados.

Na Praça da Poesia


Caso MMX

Ministério Público do Estado do Amapá
Nota de Esclarecimento

Ao classificar o acordo formalizado pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual com a empresa MMX – Amapá Mineração como “perigosamente lesivo ao interesse público”, o Juiz Federal João Bosco Costa Soares da Silva, da 2ª Vara da Seção Judiciária do Estado do Amapá, cometeu um lamentável equívoco, segundo o Promotor de Justiça Afonso Gomes Guimarães, da Comarca de Serra do Navio-AP.

O acordo, que resultou no Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta Ambiental firmado em 21/12/2007, tem como resultado o pagamento pela empresa MMX de uma quantia de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), além do custeio de projetos sociais nos Municípios de Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio, no montante de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).

Conforme previsto na Cláusula Primeira, o pagamento dessas quantias pela MMX é “a título de compensação pela necessidade de readequação do processo de licenciamento ambiental, aí incluídas tanto as questões arqueológicas e os apontamentos constantes de Informação Técnica nº 191/2007 do Ministério Público Federal, quanto os alegados danos morais decorrentes da alegada entrega tardia ou incompleta do EIA/RIMA.”

É que no curso do licenciamento ambiental do projeto de extração de ferro pela MMX, ocorrido na Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA, o Ministério Público encontrou algumas falhas, como a entrega tardia e incompleta dos respectivos estudos, além de notícias da ocorrência de danos arqueológicos, o que culminou, dentre outras ações, na propositura de Ação Civil Pública que tramita na 2ª Vara da Justiça Federal, em Macapá.

A MMX fez as adequações indicadas pelo Ministério Público e concordou em pagar os montantes já mencionados com o único objetivo de compensar as falhas no procedimento de licenciamento ambiental.

O Equívoco do Magistrado

Mesmo sem a exigência da lei, o Termo de Acordo foi encaminhado ao Juiz Federal, para homologação, entretanto, entendendo que o Ministério Público havia feito um acordo estabelecendo uma compensação de caráter geral, aquela que a MMX poderia pagar à sociedade pela exploração da riqueza mineral do Estado do Amapá, afirmou que o acordo “é muitíssimo aquém, inclusive, do que a Requerida MMX Amapá Mineração Ltda se predispôs a pagar”, fazendo ele uma comparação com uma oferta de 1% (um por cento) sobre o faturamento líquido que a empresa teria supostamente feito no curso do processo da Ação Civil Pública.

Afirmou o Magistrado que o Ministério Público, como consta em seu despacho, teria firmado um acordo “lesivo ao interesse público, porquanto fez a infeliz comparação do montante constante no Termo de Ajustamento de Conduta de R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais) com a suposta oferta de 1% (um por cento) anual do faturamento líquido da empresa, o que, em 20 (vinte) anos – estimativa de duração do projeto – alcançaria a cifra de cerca de R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais).

Equivocou-se o Magistrado porque esse percentual de 1% (um por cento) anual do faturamento líquido da MMX também faz parte de um outro acordo entabulado pelos Municípios de Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio com a empresa, após a iniciativa e a coordenação do Promotor de Justiça Afonso Gomes Guimarães, isto é: além dos R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais) acordados no TAC, há outro fundo cujos valores serão aplicados nos Municípios, equivalente a 1% (um por cento) anual do faturamento líquido da empresa MMX, durante a execução do projeto de extração de ferro.

Os representantes dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, signatários do Termo de Ajustamento de Conduta classificado pelo Magistrado como lesivo ao interesse público, concordam que os royalties estabelecidos na legislação, de 2% (dois por cento) sobre as operações de venda do minério de ferro, são, estes sim, muitíssimo aquém da justa compensação pela exploração das riquezas amapaenses, porém, não é da competência dos Ministérios Públicos majorar o valor da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais- CFEM - por meio de Termo de Ajustamento de Conduta, por ser legislação infraconstitucional de natureza tributária para alguns juristas e também os Tribunais firmaram o entendimento de que não há relação entre o faturamento líquido decorrente da venda do produto mineral e os possíveis ou efetivos danos ambientais que justificasse qualquer aumento desta operação.

Mesmo assim, os Ministérios Públicos têm se empenhado para, sempre que possível, deixar retribuição por meio de benefícios sociais para as comunidades em que estão estabelecidos os grandes projetos.

Não admitem, contudo, que um equívoco como este, embora movido pela boa vontade do Magistrado, possa pôr em dúvida suas idoneidades moral e profissional, bem como que o Ministério Público, instituição que ao longo dos anos, com uma luta diária e incansável de seus Membros contra aqueles que lesam o interesse público, tenha sua imagem abalada por falsos fundamentos.