segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Artigo

Em defesa da minha cidade
José Dias Façanha

Estamos caminhando para a definição de mais uma eleição, essa para Prefeito de Macapá, que é o tema da minha preocupação legítima.
E de onde vem essa preocupação? Vem, sobretudo do estado que se encontra Macapá, caminhando para em pouco tempo chegar a meio milhão de habitantes sem que a sociedade consiga enxergar, através das intenções e do planejamento públicos, como ela será atendida a partir daquele momento.

O marco regulatório mais importante já está aprovado – que é o Plano Diretor do Município. Bastam decisão e coragem política para utilizá-lo.

Não é possível que continuemos vivendo com a ocupação irregular do espaço público sem que a Prefeitura tome qualquer providência. Como não existe calçada pública feita pelo público, o privado se acha no direito de fazê-la e utilizá-la da forma que mais lhe seja conveniente.

A proliferação de bares, restaurantes, lanchonetes e similares obrigando o cidadão andar na rua por que a calçada está ocupada é inconveniente, para não dizer odioso. Há churrasqueiras, grupos geradores, mesas, cadeiras, carros em conserto, geladeiras velhas, garagens. Há de tudo, enfim.
Já vi muros ampliados até poucos centímetros da rua. Se não há regras, faça-se do jeito que os interessados acharem melhor.

Os lotes urbanos de Macapá, que sempre os “vendi” nas minhas conversas com moradores de fora do estado, como sendo projetados para preservar espaços à frente e aos lados do imóvel, hoje são partidos ao meio e as construções acabam por tomar todo o espaço, sem áreas de boa ventilação, como se esperava.

Durante os debates dos candidatos no primeiro turno não vi uma só referência de como a saúde e a educação estão diagnosticadas (com dados consistentes, no antes e no depois) e aonde pretendem chegar, se prefeito forem. Quantas salas de aula serão necessárias pra que se obtenha o número ideal de alunos em cada unidade, com ensino de qualidade? Qual é a demanda real de leitos nos hospitais de responsabilidade da Prefeitura?

Como encarar a demanda por transporte urbano? Será que seria absurdo pensar em um corredor para veículos de transporte urbano cortando a cidade de norte a sul (Curiaú/Pacoval/Laguinho/Centro/Buritizal/Fazendinha/Santana) combinado com os deslocamentos transversais? Quem sabe com um metrô de superfície?

E o lixo? Aterro –controlado ou não- é a solução?

Ressalvo, no entanto que a falta de planejamento é um problema antigo e não é responsabilidade só da atual gestão.