terça-feira, 4 de novembro de 2008

Ado! a-ado! o Sarney tá agoniado!!!

Por Jean-Paul

A preparação

A manchete de um jornal local foi a deixa pra alegrar a campanha eleitoral de 2008. A versão eleitoral e bem humorada do funk carioca, elaborada por meninos que apoiavam Camilo e Randolfe no segundo turno, não citava o Sarney, é verdade, citava o Roberto. Roberto na realidade estava aliviado por não ter ido parar na serie “C”, ficando atrás de Lucas. Sarney, este sim estava agoniado. Depois de tomar de lavagem no Maranhão, perdendo no estado como um todo e também na Capital, com medo de ir para a série D, só lhes restava o Amapá, por enquanto seu último a refúgio.

As coisas por Macapá também não andavam ao seu jeito. O povo andava alegre demais com os dois jovens da Frente pela Mudança. Alguns empresários, começavam a entender que a concentração de renda, não é um bom negócio a médio prazo. Outros, políticos, ainda que sutilmente, propunham uma insurgência moderada de centro, ou seja, a mais radical de todas as formas de moderação. Era preciso agir e bem ao seu estilo, com todas as armas disponíveis.

Coincidentemente ou não se sentiu o início operacional da mão pesada do engodo. Marqueteiros foram trazidos de fora. Psicólogos, fonoaudiólogos, massagistas, maquiadores, macumbeiros, quiromantes, pastores de má fé, bruxos e, segundo versões não confirmadas, praticantes de vodu importados do Haiti. Centrais de boatos foram montadas e treinamento de boateiros foram realizados. Não foi suficiente.

Quem sabe isso quer dizer amor
Quando o TRE foi instado a tirar do ar a propaganda oficial do GEA, para espanto de alguns assumiu a MMX. Acredita-se que o tribunal ao retirar as peças publicitárias do GEA do ar, o fez menos pelo crime eleitoral em si, mais pelo conforto que representava a não veiculação da mídia oficial excessiva, agressiva e mentirosa. O fato é que ninguém mais no Estado agüentava ver e ouvir tantas vezes a mesma potoca de propaganda.

A semelhança entre a MMX e o GEA é grande. Ambos são corriqueiramente investigados pela Polícia Federal. Ambos têm sido vasculhados por ações policiais. Ambos estão sendo investigados pelo Ministério Publico Federal e Corregedoria Geral da União. Ambos têm altos dirigentes presos e respondendo por um rosário de crimes, enfim ambos vivem fugindo dos representantes da lei.

Mas o mais legal da propaganda da MMX era a música, que dizia “quem sabe isso quer dizer amor”. Depois de ficar com o Porto de Santana, com a Estrada de Ferro, com a Vila de Serra do Navio, alguém duvida que isso é amor? Pra ficar melhor, cara pálida, faltou beijar Eike!

O vice é quem manda
Foi montada a operação “O vice é quem manda”, onde se tentava dar a o PSB a responsabilidade sobre as administrações do PMDB, PSDB, PFL (lembram?) e PT. Risível. O povo não engoliu. Entendeu que essa turma tava era toda do lado de lá. Foi armada nova operação “O vice é quem manda II - A revanche”. Nesta a idéia era dar a impressão que o presidente Lula nunca mais dormiria em paz com a eleição em Macapá de um vice-prefeito jovem e talentoso, mas pertencente ao PSOL, portanto “inimigo” do Governo Federal, ainda que o prefeito fosse o PSB, base aliada de Lula. Para impressionar o eleitorado, era preciso alguém famoso. Assim foi escalado o ex-presidente Sarney, que cumpriu bem seu papel na estultície bolada pelos marqueteiros. Não se sabe bem porque o povo não acreditou na mensagem de Sarney.

O desespero da mídia mamadora
Ado, a-ado, o desespero tava incontrolado. Alguns membros da imprensa tresloucada, cooptáveis, disponíveis e inescrupulosos, foram acionados, para repetir de forma coordenada, através das prensas e microfones, aleivos de todos os matizes, produzidos nos porões fétidos da coordenação de campanha: fel, pus, peçonha. O povo não acreditava nos caras. Parte pelo absurdo das notícias, maior parte pelo descrédito inserto em cada veículo utilizado na trama.

Analistas eleitorais de araque foram escalados, especialmente entre detentores e pretendentes a cargos públicos ou ainda entre aqueles que a população, através do voto, lhes legou o merecido esquecimento. Nada funcionava. O povo continuava a resistir tapando os ouvidos e agora também o nariz à passagem dos caras do poder e do dinheiro, com dizia o Randolfe.

O desespero só aumentava. A agonia explodia e a razão, por prudente evadiu. Esse estado de coisas gerou a mais sórdida, cruel e covarde operação eleitoral da história do Amapá. O que faltava em voto precisava ser compensado em infâmia, mentira, cooptação, enfim em violência, contra a cidadania do povo amapaense. E assim foi feito.

A Erundina e as calças curtas
Agora jornalistas e analistas pensos, pezestas, catados no lixo da política, tentam fazer crer que a vinda de Erundina e Heloísa ao Amapá foi que destruiu a eleição de Camilo e Randolfe. Nada. O potencial erosivo da vinda Erundiba e HH era nulo ou de meia dúzias de votos, no máximo. Era preciso gerar uma grande cortina de fumaça para esconder a sordidez da farsa que estava sendo armada. Assim foi feito, bufavam, solertes, os falsos indignados, principalmente aqueles que com mandato e pertencentes à base aliada de Itamar, nada fizeram.

Tentavam passar para a população que Camilo e Randolfe foram os responsáveis por um ato, que em sua gênese destinava-se a prejudicar o Governo Barcellos, e teve início, em denúncia formulada por parlamentar pedetista, na tribuna federal. Apurada, sob pena de prevaricação, por uma ministra à época do PT, e quando Camilo e Randolde ainda andavam provavelmente calças curtas. A maquinação não deu resultado. O povo resistia.

Zorra total
Esgotada todas as tentativas, foi montada a operação zorra total, através da qual se preparou a maior compra de votos da história. Foram mobilizados aviões, caminhões e vagões de dinheiro. Todas as forças políticas do status quo foram acionadas para ocupação das ressacas e baixios. Centenas de mitsubishi, toyotas, e rangers, foram mobilizadas, carregando novos ricos e dondocas de clones da mesma cepa. A estratégia foi montada, visando atacar com todas as forças, em todos os pontos, para que o TRE, com seus poucos e bravos juízes e agentes se sentisse fragilizado frente tamanha obra de canalhice política para fraude eleitoral. E assim foi feito. Perdeu-se o controle sobre o mau-caráter e a vilania.
O nome da operação tem a ver com o personagem do humorístico que tem o bordão “tô pagando”.

Os ensinamentos
Mas pensa ae bróder. A campanha também teve coisas legais. Toda a cidade sabe da torrente de grana que rolou. Pensa mais ae irmão. Onde e quando tu irias conseguir ver uma cena como essa? O responsável maior pelo fato de Maranhão ser o pior Estado país (27º), em termos de IDHM, se encontrar, na calada da noite, com o prefeito que conseguiu fazer de Macapá a pior capital do país (27º)? Fala ae. E tu sabe pra que eles se encontraram? Pro JH dizer que ira apoiar o RG e que o RG vai ser melhor que ele na Prefeitura. Se pode até empatar com o JH, mas ser pior é impossível, nós somos a fona. Sabe o que é fona, Brô? A última. Pelo menos nisso o JH não mentiu. Foi uma cena impagável.

Mas fala ae. Não foi legal ver os caras vender a alma pro diabo? E o diabo é um cobrador implacável. Vendeu tem que entregar. Não tem choro.
Pensando bem será que o povo acreditou que vice é quem governa? Se assim for, coitado do vice Pedro Paulo. Oito anos governando e o Estado nessa situação.